Princípios da campanha a reitor: Impessoalidade, Regulamentação, Transparência e Descentralização.

sábado, 19 de maio de 2012

Construção de um novo modelo de gestão

Assunto: Princípios da Administração Pública – Parte 2
Caros leitores
Antes de passar para os conceitos básicos que nortearão a construção de um novo modelo de gestão para a nossa universidade acho correto apresentar algumas palavras de cautela.
Já passados cerca de dois meses e meio de publicação desse blog acho prudente fazer algumas considerações. Como já disse em mais de uma ocasião, esse blog é uma manifestação formal da minha visão sobre o estado atual e futuro da nossa instituição. O papo informal e chulo não cabe nesse registro de opiniões e idéias próprias que é este blog, o qual é simplesmente um meio de comunicação que construí para que eu pudesse me expressar sobre nossa instituição. Ideias essas que, diga-se de passagem, tratam-se de questões que sempre procurei discutir no Conselho Universitário. 
A tônica de minhas postagens tem sido, invariavelmente, partir do contexto atual para, segundo conceitos de gestão, construir um novo modelo de gestão que é, filosoficamente, diverso do atual. Isso porque, em gestão, o aprimoramento e mesmo a inovação sempre se baseiam, ainda que parcialmente, no modelo anterior.
A continuação da atual gestão para o próximo mandato tem o bônus e o ônus de todas as realizações e problemas ao longo desses quase oito anos. Qualquer candidatura que se apresente não tem como não se basear, como referência, nesse fato concreto. Portanto, é sempre de bom alvitre deixar bem claro que todas minhas críticas são dirigidas ao atual modelo de gestão e não às pessoas que dirigem nossa universidade. Deixei isso explícito em minha última postagem quando tratei do princípio da Impessoalidade. Em várias ocasiões me referi, assim como me referirei no futuro, ao cargo e não ao ocupante do cargo. Tenho minha opinião pessoal acerca desse ou daquele individuo, como qualquer pessoa, mas elas são absolutamente irrelevantes. Nesse momento e nesse contexto o que é relevante é entender em que situação estamos e dar a conhecer as idéias acerca de um modelo de gestão viável e necessário para a nossa instituição. Modelo este que será baseado nos princípios de administração pública, ou seja:
  • Impessoalidade: Que sob hipótese alguma o personalismo prejudique a condução futura de nossa instituição;
  • Publicidade: Que haja transparência na exposição dos temas a serem debatidos nos vários fóruns da nossa instituição, bem como nas atas, editais e demais documentos segundo a legislação pertinente, assim como externamente à ela, de tal forma a não haver equívocos sobre as intenções e atos da direção;
  • Eficiência: Capacitação e suporte adequado para o processo decisório, assim como para o planejamento e o controle de todos os processos e projetos, sejam eles referentes às obras em andamento ou futuras, assim como aos currículos dos cursos e às estruturas funcionais para a necessária reorganização do organograma da nossa instituição para administração, ensino, pesquisa e extensão. Busca por oportunidades e recursos sem desconsiderar a relação entre necessidade e capacidade de atendimento;
  • Legalidade: Atualização e construção de regulamentos e, principalmente, obediência aos mesmos, com compartilhamento de decisões nos vários conselhos da universidade e sempre com respaldo jurídico;
  • Moralidade: Em sua essência, a gestão é afeta às relações humanas no trabalho, com todas as suas potencialidades para a harmonia e o conflito. Assim, questões de ordem ética que perpassam tais relações deverão considerar tanto a Ouvidoria (a ser criada) quanto a Comissão de Ética para que haja segurança de todos os envolvidos (funcionários, alunos, docentes, membros da direção, prestadores de serviços, etc.) de que tais relações deverão ocorrer segundo os princípios da autoridade e responsabilidade, da civilidade, da equidade e da justiça.
Portanto, caros leitores, os princípios da Administração Pública são a base do novo modelo de gestão que proporei para a nossa instituição. Em futuras postagens apresentarei várias das ideias que construiremos juntos. De fato, elas farão parte de uma agenda positiva para termos uma instituição melhor no futuro.
Até a próxima.

4 comentários:

Bartolomeu Guimaraes disse...

Prezado Dagoberto

Creio que temos chance de ter uma campanha saudavel.
Espero que os atuais gestores entendam que as criticas se referem ao modelo atual de gestao (ou a falta de um modelo).
Percebo que muitos da gestao atual dispendem muita energia em suas atividades, mas em muitos casos com eficiencia baixa. As vezes, prematuramente, associamos essa baixa eficiencia a pessoa, mas claramente pode ser percebido que a falta de padroes em algumas atividades tornam coisas que deveriam ser rotineiras em monstros psicodelicos. Precisamos desses padroes. Precisamos estabelecer a rotina da universidade.
Talvez a intuicao e o "bom senso" dessem conta de boa parte das coisas na antiga EFEI. Agora, que somos Universidade, a extensao e o alcance dos dos problemas indicam que precisamos de uma gestao alem de profissional tambem descentralizada. As Unidades Academicas tem que assumir suas responsabilidades e tem que ser cobradas por isso. Os colegiados de curso tem que entender sua importancia operacional e estrategica.
Hoje a reitoria tenta decidir por todos sobre tudo. Nao e a toa que vemos algumas gestores cansados e estressados, com aversao a criticas. Tentam abracar o mundo e como isso nao e possivel, se frustram.

Professor Dagoberto disse...

Olá Guimaraes.

Mais uma vez suas observações são relevantes e não posso deixar de comentá-la.
Estabelecer a rotina da universidade: Ora, a rotina é necessária para o operacional, ela nos permite nos preocuparmos com o que é relevante sem ter que criar uma "operação de guerra" para qualquer coisa!
Descentralizar a gestão: absolutamente fundamental. O atual sistema é por demais centralizador, grande e lerdo. É preciso regulamentar e dar autoridade para cobrar responsabilidades. Não dá pra um gestor, por mais brilhante que ele seja ser capaz de se ocupar de tudo o tempo todo. Essa onisciência e onipotência é uma peça de ficção que desconsidera, na essência, a contribuição de todo o staff e só traz prejuízos a todos. A alta gestão tem que se ocupar do estratégico, do dispendioso, do crítico... e deixar o operacional para os demais setores de apoio para que eles possam cumprir suas funções e nós, de nossa parte, não nos frustrarmos.

Mariza disse...

Prof. Dagoberto,
Gostaria que o Sr. fizesse as suas considerações sobre o princípio da publicidade na Administração Pública, pois, não compreendo porque alguns processos (editais) de seleção como por exemplo, para estágios, e o Ciências Sem Fronteiras, não tiveram ou não terão os resultados divulgados na página principal da UNIFEI, sendo enviados tão somente para o e-mail dos selecionados. Penso que o correto e justo seria a divulgação para todos e não apenas para os selecionados.

Professor Dagoberto disse...

Olá Mariza

Como você deve estar acompanhando em meu blog tenho publicado várias postagens acerca da atuação da ACI (Assessoria de Cooperação Internacional). Considero esta assessoria com um dos pontos mais vulneráveis da atual gestão e, é claro, da nossa universidade perante a opinião pública e os órgãos governamentais que nos apoiam com bolsas e subsídios. Enfim, não há o que fazer. A atual Reitoria simplesmente nada vê de equivocado no fato de que não existem editais, nem explicações... Por mais que eu reclame e argumente o fato é que só vejo uma única forma de resolver essa questão: uma nova reitoria filosoficamente diversa da atual. Lamento e como eu muitos lamentam também. Obrigado pela participação mais uma vez. A propósito, tão logo seja oficializada minha candidatura entrarei em contato com os colegas daí de Itabira para uma visita. Abraços a todos

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